23.3.09

OUTRAS PAISAGENS SECRETAS

Companhia Provisória/Os Iconoclastinhas apresentam:

OUTRAS PAISAGENS SECRETAS

leitura dramática e fatal do texto curto de Luiz Felipe Leprevost
com Ciliane Vendruscolo e Luiz Felipe Leprevost
direção de Nina Rosa Sá

data: 24 de março
horário: 15 horas
local: TEUNI (Prédio Histórico da Federal, praça Santos Andrade s/ no.)
Entrada Franca

Evento gratuito da Mostra Novos Repertórios

19.3.09

Valmir Santos indica 20 peças entre as 290 do Fringe

Valmir Santos indica 20 peças entre as 290 do Fringe. Na Verdade Não Era é uma delas.

Abaixo os motivos.

Na Verdade não era o Sinal de Vai Tomar no Cu

"Não confundir com o festival de besteiras que assola o Fringe com os títulos de peças locais, invólucros proporcionais aos conteúdos. O que está em jogo aqui é o experimento narrativo minimalista pela pena de Luiz Felipe Leprevost e direção de Nina Rosa Ruski. Três banquinhos, três moças, três figurinos roxos e tons de luz idem. Imóveis, sentadas, levantando-se em raros instantes, elas fazem o espectador mergulhar num fluxo que puxa para cá, puxa para lá e atualiza um pouco o espírito das transmissões radiofônicas de outrora em que o ouvinte, ou o grupo de ouvintes, deixa-se levar pela voz. Projeto da Companhia Provisória/Os Iconoclastinhas, fusão nascida em 2008.

Valmir escreveu no blog do Cena Breve:

O cenário é minimalístico e tem a ver com a forma como essa história é narrada, Na verdade não era o sinal de vai tomar no cu. Três banquinhos, três moças, três figurinos roxos e tons de luz, idem. Imóveis em suas posturas, sentadas, em pé somente em raros instantes, elas fazem o espectador mergulhar num fluxo que puxa para cá, puxa para lá e atualiza um pouco o espírito das transmissões radiofônicas de outrora em que o ouvinte, ou o grupo de ouvintes, deixa-se levar pela voz.

Mas estamos no teatro, o edifício com a platéia frontal. A joint-venture Os Iconoclastinhas/Companhia Provisória experimenta parâmetros da fala, e de como se fala, em detrimento de outras concorrências cênicas, salvo pontualidades coreográficas brevíssimas. A aposta de Nina Rosa Sá, a diretora, é escoar solto o pingue-pongue dessas mulheres de línguas e pensamentos afiados na dramaturgia de Luiz Felipe Leprevost. O autor roça oposição a Play, de Beckett, e suas três cabeças falantes, céleres e semi-enterradas em urnas. Aqui, a luz escancara; lá, na dramaturgia do irlandês, o breu é guiado por uma luz fulminante.Resta ao conjunto das intérpretes, porém, mais fôlego, no melhor sentido, para sustentar suas Kel, Ili e Inha, nomes cuja pronúncia faz a língua ir aos dentes, aos céus da boca, em busca do por onde. Uma das atrizes, a do meio, Ciliane Vendruscolo, é mais desenvolta, alarga o labirinto da narração para que o espectador vá consigo nas desventuras de uma certa U, a mulher que atravessa a cidade dentro de um ônibus, uma saga bem-humorada à base do diz-que-diz sobre a desgraça alheia. As vizinhas de banquinho, Ana Ferreira e Kelly Eshima, que ora retrucam ora endossam, desequilibram na projeção de voz, na cor da palavra, no timming da respiração que certos momentos do relato pedem.Mas fato é que essa história viciosa em seu afirma-e-nega tem tudo para desenvolver-se em todos os planos que sinaliza, está dito.

14.3.09

É uma rua só concreto armado!!!!

E U, foi pra onde?

10.3.09

NA VERDADE NÃO ERA

Com direção de Nina Rosa Sá, texto de Luiz Felipe Leprevost, Na verdade não era , é uma experiência com teatro narrativo e estará em cartaz no Festival de Curitiba, na Mostra Novos Repertórios. A peça será apresentada no Teatro Teuni, no prédio historio da UFPR.

Na Verdade Não Era apresenta uma história repleta de elementos surpresa, revelando invariavelmente o quanto de surrealismo é possível ser encontrado nas coisas mais óbvias e corriqueiras quando uma personagem enigmática cruza a cidade dentro de um ônibus. U, essa pessoa que se traduz em uma letra, é a heroína clownesca de seu próprio dia.

O ambiente urbano é ao mesmo tempo centro e pano de fundo da narrativa. A comicidade que surge no absurdo e misterioso assume caráter trágico com as pinceladas de elementos familiares. As fronteiras da ficção ficam cada vez mais frágeis. Tudo é incerto. Quem narra parte apenas da idéia de que “está parecendo que o que não está aparecendo é U, é isso mesmo?”.

O espetáculo se ocupa de uma história que não se passa no palco, mas na imaginação. Deste modo, a narrativa se transforma em proposta cênica. As atrizes apresentam um jogo no qual jogadores e peças se confundem. Até mesmo a real platéia, que é admitida como ficcional para as intérpretes, se torna testemunha e ainda inventora da personagem central U.

O autor Luiz Felipe Leprevost é curitibano e procura exprimir o sentimento de sê-lo em sua dramaturgia. A cidade está estampada no texto. Segundo Valmir Santos1 “O autor roça oposição a Play, de Beckett, e suas três cabeças falantes, céleres e semi-enterradas em urnas. Aqui, a luz escancara; lá, na dramaturgia do irlandês, o breu é guiado por uma luz fulminante”.

Na Verdade Não Era é o primeiro espetáculo resultante da simbiose Companhia Provisória/Os Iconoclastinhas. Da Provisória veio a experiência com encenação, da Iconoclastinhas, a dramaturgia de Luiz Felipe Leprevost e de ambas, a paixão. Sendo que neste festival de teatro é a última vez que a joint-venture se auto-referencia com este nome. Pois a fusão deu tão certo que daqui pra frente se transformará numa única companhia teatral-músico-literária, o Teatro de Ruído.

A Mostra Novos Repertórios tem sua terceira edição no Festival de Curitiba deste ano. É formada por cinco grupos locais: A Armadilha, Companhia Silenciosa, ACRUEL Companhia de Teatro, Companhia Provisória / Os Iconoclastinhas e a Heliogábalus. O ponto comum entre as companhias é a realização de um trabalho artístico contínuo, com ênfase na pesquisa teatral, novas tendências e possibilidades de dramaturgia, interpretação e encenação.

Ficha Técnica:
Realização: Companhia Provisória/Os Iconoclastinhas.
Texto: Luiz Felipe Leprevost.
Direção: Nina Rosa Sá.
Elenco: Ana Ferreira, Ciliane Vendruscolo, Kelly Eshima, Uyara Torrente.
Figurinos: Fabianna Pescara e Renata Skrobot.
Design Gráfico: Renata Skrobot.
Iluminação: Fábia Regina.
Assessoria de imprensa: Daniel Starck.

Serviço:
Local: TEUNI (prédio histórico da UFPR).
Ingresso: R$ 12,00 (inteira), R$ 10,00 (bônus) e R$ 6,00 (meia).
Datas: sexta 20 – 18h; sábado 21 – 21h; segunda 23 – 24h; terça 24 - 18h; quarta 25 - 21h; quinta 26 – 24h; domingo 29 – 18h.
Informações: www.tudoradio.com/festival ou pelo telefone 99191230 (Daniel Starck).
“A solidão, benzinho, é essa manada que ta aí.”

A certo momento da peça a personagem enigmática que vivencia sua epopéia fala exatamente isso. A peça fala exatamente sobre isto. Sobre a solidão que só é aplacada quando se narra pequenos contos, quando se vivencia uma estória ou, neste caso, quando se faz teatro. A solidão da personagem é também a nossa solidão. Também só aplacada quando estamos aqui. No palco, na cabine ou mesmo na platéia.

A Companhia Teatro de Ruído propõe um jogo. Cabe a você, caro espectador, decidir o final desta pretensa tragédia em três atos. Tragicômico? Talvez. Você Decide, como naquele programa de TV.